segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sucesso, a que preço

Até que ponto se deve sacrificar ou pôr em risco a vida pessoal em favor da carreira? Você já parou para pensar qual o preço que está pagando pelo seu sucesso? Vale a pena?

Até bem pouco tempo, os executivos eram julgados menos por sua competência e mais por sua dedicação às empresas para as quais trabalhavam. Não se media desempenho, mas horas de trabalho. O bom executivo era o primeiro a chegar e o último a sair. O que, mesmo em férias, ligava dia sim dia não e estava pronto a largar a família onde quer que fosse para resolver um problema na empresa.

O preço a pagar era alto e ainda o é, para muitos executivos que não acordaram para os novos tempos. Muitos desses executivos se transformam no protótipo do profissional bem sucedido cuja vida pessoal é um verdadeiro fracasso.

Ainda bem que esse quadro mudou, ou está mudando. Não por questões sentimentais, mas simplesmente porque constataram que um executivo que se dedica apenas ao trabalho é menos eficiente do que aquele que mantém um equilíbrio na vida profissional e pessoal. Isso implica em ter outros interesses que, muitas vezes, nada tem a ver diretamente com a atividade exercida.

Praticar um esporte é o exemplo mais óbvio, porque é bom para a mente, para o corpo e muitas vezes para o negócio (quantos contratos não nasceram ou não foram “alinhavados” num campo de golfe ou quadra de tênis, ou de basquete?).

É importante frequentar outros ambientes, conviver com pessoas de outras áreas, falar de outros assuntos. Ampliar os horizontes pessoais e profissionais só agrega valor para o negócio da empresa, até porque renovam-se as idéias e torna o ambiente mais propício à criatividade.

Essa prática não só torna o profissional mais completo, do ponto de vista humano, mas também ajuda a entender melhor o ambiente em que a empresa atua e contribui fortemente para a melhoria da qualidade de vida dos funcionários e da “saúde” do negócio.

Entender as pessoas e fatores que influenciam suas reações e saber motivá-las é isoladamente o fator mais crítico para o sucesso de uma empresa. Você tem sucesso se as pessoas que o cercam também o têm. Cada um na sua função, profissão, mas todos juntos motivados e comprometidos com o negócio e com o crescimento pessoal.

Algumas empresas até adotam o trabalho à distância, ou seja, em casa, em caráter temporário, como forma de reconhecer o valor da família e seu bem-estar no equilíbrio do executivo, melhorando sensivelmente seu desempenho.

Muitos executivos descobriram várias “profissões”, simultaneamente, que são complementares e não antagônicas: a de pai, cônjuge, filho, amigo e a carreira profissional, propriamente dita. O difícil é encontrar o ponto de equilíbrio entre elas, muitas vezes só se chega a ele, quando surge uma grave crise profissional, pessoal ou familiar.

Costumo dizer que a vida sinaliza e não prestamos atenção aos sinais. Então nossos erros se repetem, com forma diferente, mas na mesma situação, para ver se aprendemos a lição. Se aprendermos, não passaremos mais por isso. Caso contrário, continuaremos a viver as mesmas lições, até não errarmos mais. É como passar de ano na escola.

O difícil é que, na maioria das vezes nos deparamos com situações que abalam a nossa vida e prometemos mudar. Lego engano. Pouco tempo depois, continuamos no mesmo ritmo, cometendo os mesmos erros, até que... a vida cobra e pode ser tarde. Mude, enquanto tem tempo.

Açucena Calixto Bonanato
É pós-graduada em administração de empresas, com especialização em Administração Hospitalar e Empresarial. É diretora da SUPORTE Assessoria e Consultoria Empresarial. Mentora do Projeto Cidadania, desde 1.990 fazendo a integração e inclusão da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho.

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